CACHORRA BATIZADA DE VALESKA POPOZUDA É XODÓ DA ÁGUIA DE OURO

Cadela foi resgatada de alagamento por mulher de presidente da escola  

Valesca 'original' diz que achou homenagem 'uma forma de carinho'. 

Valesca em frente do barracão da Águia de Ouro (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

Diariamente, Valesca Popozuda recepciona com entusiasmo e alegria quem chega à sua casa, na Pompeia, bairro da Zona Oeste de São Paulo. Divertida e curiosa, ela consegue levantar o ânimo de todos que estão por perto. Além disso, é considerada um dos xodós da escola de samba paulistana Águia de Ouro.

Homônima da rainha da bateria da agremiação, a cadelinha vira-lata Valesca foi batizada em homenagem à funkeira carioca. “Eu chamei de vários nomes e ela nem atendeu. Pensei na Valesca e disse seu nome, e ela atendeu. Então, disse: ‘Valesca Popozuda, esse é seu nome’”, brincou Beth Trindade, que, além de fazer parte da comissão de carnaval, é cunhada do presidente da escola, Sidnei Carrioulo.

Valesca 'original' disse ter gostado da homenagem (Foto: Flavio Moraes/G1).

Questionada sobre a homenagem, a Popozuda original afirmou ter gostado da homenagem. “Acho muito bacana, uma forma de carinho, de ser lembrada. Adorei.” A funkeira disse não conhecer a cadela, mas mostrou interesse em visitá-la.

Popozuda acrescentou que gosta bastante de cães – em especial de uma poodle chamada Kate, que a marcou. “Mas ela faleceu. Ficamos juntas 11 anos”, lembrou, com carinho.
Resgate

A vida da vira-lata Valesca atualmente é muito boa, segundo os donos. A cadelinha está bem nutrida, com pelo brilhante e divide um quintal com outros cinco cachorros – todos animais resgatados.

Há três anos, porém, a situação era bem diferente.
Chovia forte na Lapa, também na Zona Oeste, quando a mulher do presidente da Águia, Tereza Trindade, viu um cão pequeno e magro em uma rua alagada. “Na hora pensei em resgatar, mas não consegui. Horas depois, lá pela meia-noite, encontrei ela na rua. Quando abri a porta do carro, ela entrou direto”, contou.

Valesca posa ao lado de fantasias da Águia de Ouro (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

O amor pelos animais, segundo Beth, é prioridade na Águia de Ouro. Até o ano passado, o barracão da agremiação estava instalado sob o Viaduto Pompeia – e ficava constantemente alagado. Quando as águas começavam a entrar, os integrantes da escola largavam as alegorias e as fantasias e corriam para salvar os cães. “Depois a gente resolvia o que fazer com o que deixava para trás.”
Desde agosto de 2011, o barracão foi transferido para um terreno na Marginal Tietê, próximo da Ponte Júlio de Mesquita Neto. “Agora, graças a Deus, não temos mais problemas”, disse Beth.

Os diversos cachorros que, assim como Valesca, foram resgatados pelo pessoal do barracão, agora só se preocupam em brincar e correr atrás do próprio rabo.
 - Por Paulo Toledo Piza/G1 -