Diariamente, cães e gatos são abandonados pelas ruas do DF. Largados, a maioria tem o mesmo destino: viram vítimas de maus-tratos
Felizmente, voluntários dedicam tempo, dinheiro e, sobretudo, carinho para ajudar esses bichinhos.
- Por Olívia Meireles, do Correio Braziliense - Mais de 20 mil animais estão abandonados nas ruas de Brasília, segundo estimativas de entidades protetoras, baseadas num cálculo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Perambulam pelo Plano Piloto e cidades do DF filhotes que nasceram do cruzamento de bichos que vivem na rua; outros que fugiram de casa, e, sobretudo, os largados por seus donos, pelos mais diversos motivos — alto custo de tratamentos médicos, mudança de casa ou simples maldade. Esse é um problema que assola o Distrito Federal há anos. Na época de férias, no entanto, é pior. Acredite: quando viajam, muitas pessoas jogam os animais na rua por não ter onde deixá-los.
Maltratar animais, além de ser crime, é um problema sanitário.
Mais do que isso, esses bichos domesticados não sabem viver sozinhos na natureza. Não conseguem arrumar comida sem ajuda humana nem se proteger. Estão vulneráveis. Expostos à possibilidade de serem atacados por outros animais e também por humanos. E como as pessoas podem ser cruéis. Há quem deixe o cão de estimação morrer em um buraco, quem jogue pedra em um cachorro machucado e quem amarre bombinha no rabo de um gato.Para ajudar esses animais, algumas pessoas dedicam a vida. Resgatam os bichinhos de situações tenebrosas, providenciam cuidados médicos, dão amor, conscientizam as pessoas sobre a importância de adotar animais abandonados.
A luta parece não ter fim. Uma reclamação comum entre todos os administradores de abrigos é que as pessoas só ajudam na hora de resgatar os animais. Poucas põem a mão na massa para auxiliar na recuperação dos bichos, doar dinheiro ou ajudar no transporte dos feridos. Atitudes simples podem ajudar. Alguns cães e gatos precisam de lares temporários, pois não podem se misturar com outros animais enquanto estão em recuperação. Basta procurar um abrigo e descobrir as milhares de contribuições necessárias para mantê-lo em funcionamento.
Pioneiras na causa
Vanusa Rocha, presidente da SHB. Foto: Zuleika de Souza/CB-DA Press.
Em 1998, quando um grupo de senhoras do Lago Sul montou a organização não governamental Sociedade Humanitária Brasileira (SHB) para ajudar cães abandonados, muitas pessoas não acreditavam que essa fosse uma causa válida. Mesmo assim, elas montaram um canil na casa de uma das associadas. Arrumavam tratamento, alimento e um teto para os bichos que precisavam de ajuda. O local foi ficando pequeno. As voluntárias conseguiram arrecadar dinheiro para comprar um terreno em São Sebastião e, assim, dar um lar temporário melhor para os cachorros que precisavam de abrigo — mais recentemente construíram um gatil.
Para manter o local, fazem eventos , organizam rifas, festas e feiras. E aproveitam para angariar mais voluntários para cuidar dos 199 animais que vivem no abrigo.
Qualquer ajuda é bem-vinda: seja com dinheiro para os suplementos básicos, seja com mão de obra. Gente que consiga fazer o transporte de animais machucados para as clínicas veterinárias; que tenha um lar para abrigar cães e gatos temporariamente; que ofereça uma casa segura para um cão que precisa seguir à risca um tratamento médico.
"Além de ajuda nos resgates, precisamos de pessoas aqui todos os dias para dar amor a esses animais, que necessitam não só de medicamentos, mas também de atenção e carinho", conta Vanusa Rocha, presidente da SHB. Ao longo desses anos, ela já perdeu as contas de quantos voluntários entraram e saíram de lá. Mas sempre existe o sentimento de ter feito algo certo. Afinal, é incontável o número de animais que já resgataram e arrumaram um novo lar.
Nome: Miró
Idade: 2 anos
Esperando um dono há: 4 meses
Personalidade: carinhoso, atencioso e dengoso
Foto: Zuleika de Souza/CB-DA Press.
História:
o gatinho amarelo rajado chegou ao abrigo por meio de uma denúncia. Ele estava andando pelas ruas com uma mordida de cachorro no pescoço. A ferida estava aberta e infeccionada. Recebeu a medicação e rapidamente se recuperou. Ficou sem sequelas. Mas, na bateria de exames feita durante o tratamento, foi descoberto que ele tinha FIV — a Aids felina. Tem uma vida relativamente normal, pois a doença não é transmitida para humanos e outras raças de animais. Porém, pode contaminar gatos. Por isso, Miró tem que ficar isolado no gatil para não passar o vírus para os outros bichanos. A falta de contato com os outros gatos o deixou carente. Vive miando por atenção. Fica grudado na grade, na esperança que algum cachorro se aproxime para fazer algum carinho nele. Para viver feliz, Miró só precisa de uma casa que não tenha outros gatos.
Nome: Tibor
Idade: 7 anos
Esperando um dono há: 3 anos
Personalidade: explorador, simpático e apaixonado por crianças.
Foto: Zuleika de Souza/CB-DA Press.
História:
o pessoal da SHB recebeu uma denúncia sobre uma cadela que circulava pelas ruas de Planaltina com um tumor de 1,5kg na pata. Quando foram resgatá-la, viram um cão que os seguiam para todas as partes. Ele estava com a pele toda queimada, em carne viva. Deram-no o nome de Tibor e o levaram, com a cadela, para o abrigo. Após exames, os veterinários diagnosticaram que ele foi queimado com soda cáustica. Seguiram um tratamento rígido e as feridas, eventualmente, cicatrizaram. Isso foi há três anos. Mas ninguém nunca quis adotá-lo, pois o pêlo não cresceu nas partes queimadas. A pele de Tibor tem aspecto aveludado e é preciso passar protetor solar diariamente para proteger a área. Ele é um excelente cão de guarda e apaixonado por crianças.
Nome: Florbela
Idade: 2 anos
Esperando um dono há: 10 meses
Personalidade: carente, adora fazer carinho e receber cafuné.
Foto: Zuleika de Souza/CB-DA Press.
História:
a pequena Florbela foi resgatada por uma veterinária, que a achou vagando nas ruas da região do Jardim Botânico. Ela estava muito machucada, pois havia sido atropelada. Com a pata quebrada, sangrava pelas feridas e estava completamente desamparada. A veterinária entrou em contato com o abrigo para acolher o animal. Por conta da superlotação do espaço, as voluntárias pediram que ela fizesse os primeiros socorros e arrumasse um lar temporário. A resposta? Não. A médica a acorrentou, machucada, no portão do abrigo e foi embora. Florbela foi encontrada horas depois pelos caseiros, que ligaram para as voluntárias. Elas a levaram correndo para uma clínica. Apesar dos esforços, a pata do animal calcificou quebrada. Hoje, apresenta um lindo pelo dourado. Apesar da sequela na patinha, tem uma vida completamente independente.
A encantadora de cães
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
Não há um dia que não corra pelas bochechas de Eliane Zanetti lágrimas de tristeza. Diariamente, é uma história diferente, com um personagem diferente. Mas todos com um cenário parecido: maus-tratos de cães e gatos abandonados. No coração, fica o desejo de levar todos os bichos que vivem na rua para o Augusto Abrigo — nome dado em homenagem ao seu pai. Mas ela não tem espaço físico nem dinheiro para acolher todos. Ficam apenas aqueles com as histórias mais arrasadoras, as cicatrizes mais tristes e as cadelinhas que não contam com um local apropriado para dar à luz seus filhotes.
Esses animais, cheios de história, são recebidos no terreno onde Eliane vive. Ela mora em uma pequena casa e deixa todo o jardim para os 390 cachorros, que ficam soltos por lá. Permanecem presos apenas os que estão em recuperação e os 12 cadeirantes, que moram na sua cozinha. Os 160 gatos que habitam o local dividem um grande gatil, com móveis, para se acostumarem a viver em uma casa. Apesar da confusão, todos têm um lugar que podem chamar de seu. É tudo limpo e organizado, dentro do possível. Aposentada, Eliane está lá desde que acorda até a hora que vai dormir.
Sem falar das madrugadas que levanta para dar remédio a um animal doente ou de quando acorda assustada com algum barulho. "Morro de medo de invadirem e levarem os cachorros", conta.
Durante o dia, os cachorros andam atrás de Eliane. Onde vai, existe uma matilha. Ela dá atenção a todos. Sabe o nome dos 550 cães e gatos que lá vivem. Olha no olho deles, conversa e dá bronca. Pega no colo e faz carinho. Sempre que estão fazendo alguma bagunça, ela grita: "Olha o bullying!". Todos obedecem à ordem de parar. São todos felizes.
Alguns tão felizes que já foram adotados mais de duas vezes, mas acabaram voltando. A cadelinha Menina nunca procura um dono. Gosta mesmo de viver naquele caos feliz.
Dificilmente, é possível encontrar alguém tão apaixonado pela causa como Eliane Zanetti. Para ela, não basta recuperar a saúde dos animais e arrumar um dono. É preciso fazer alguma coisa. Mas não apenas reclamar do governo ou das pessoas que maltratam. Ela gosta de agir. Descobrir a raiz do problema e ver como pode resolvê-lo. Por isso, aos poucos, com o dinheiro que consegue juntar, está construindo um centro veterinário para ajudar as pessoas carentes a cuidar de seus animais. "Eu vejo que muitas pessoas têm paixão por seu animal de estimação, mas, às vezes, não têm condição financeira de ajudá-los quando estão doentes. E acabam o jogando na rua."
A ideia é montar um espaço para que qualquer pessoa possa levar o seu cão ou gato para ser castrado por um valor mais em conta, e para receber tratamento de problemas simples. Também tem como objetivo fazer campanhas sobre a posse responsável, a importância da castração e sobre pequenos cuidados que se pode ter com os animais para evitar grandes problemas — como a vacinação e a vermifugação. O abrigo não para. Enquanto ela contava essa história, chegou mais um animalzinho precisando de ajuda. E o chororô começa de novo.
Nome: Minhoca
Idade: 2 anos
Esperando um dono há: 1 ano
Personalidade: animado e agitado, gosta de espaço para correr, mas é um pouco desconfiado com crianças.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
entre todos os pedidos de resgate que o Augusto Abrigo já recebeu, um dos mais tristes é o do Minhoca. O cãozinho foi deixado em um ponto de ônibus no Recanto das Emas. Por ali ficou muito tempo. Caiu em um buraco e quebrou a coluna. Em vez de ajudá-lo, as pessoas jogavam pedra e lixo em cima dele. Principalmente as crianças que moram na região. Depois de denúncias, Minhoca foi levado ao veterinário por um voluntário do abrigo. As feridas que se espalharam pelo corpo foram tratadas. Mas os veterinários não conseguiram salvar as duas patas de trás, que tiveram que ser amputadas. Foi um ano de tratamento até ele ficar completamente curado. Os médicos tentaram colocar rodinhas para ajudar na locomoção, mas Minhoca nunca se adaptou. Ele gosta mesmo de correr pelo jardim com as duas patinhas, balançando o corpo, implicar com os outros cachorros e ser livre. O único problema do cãozinho é que ele tem trauma de crianças por conta das agressões que sofreu na parada de ônibus. A socialização dele com os pequenos é um pouco mais lenta, mas não impossível.
Nome: Ubunto
Idade: 3 anos
Esperando um dono há: 2 anos
Personalidade: tranquilo, protetor e amigo.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
antes de parar no abrigo, Ubunto era mecânico. Trabalhava em uma oficina. Sua missão era passear entre os carros que precisavam ser consertados e fazer companhia para os colegas de trabalho durante o dia. À noite, guardava o local quando todo mundo ia para casa. Era bem cuidado e feliz. Uma noite, quando estava sozinho de guarda, ladrões tentaram invadir e roubar o local de trabalho. Ele foi feroz, latiu, atacou e, eventualmente, espantou os intrusos, que saíram de mãos vazias. Mas, irritados com a valentia do pequeno Ubunto, os criminosos jogaram uma panela de óleo quente nele como vingança. Quando o dono da oficina chegou na manhã seguinte e viu o estado físico do animal — boa parte do corpo estava em carne viva —, sem dinheiro para o tratamento, jogou Ubunto na rua. Os vizinhos ficaram compelidos com a história e conseguiram levá-lo para o abrigo. Ele foi tratado, medicado e hoje é um cachorro saudável e esperto. Pronto para um novo lar.
Nome: Negão
Idade: 1 ano
Esperando um dono há: 3 meses
Personalidade: gosta de atenção, adora um carinho e é muito ciumento.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
o labrador negro é novinho e foi comprado há poucos meses por um dono de uma chácara nos arredores de Brasília. Em um dia chuvoso, o cão resolveu desbravar o terreno. Caiu em um buraco profundo e quebrou a coluna. Apesar do esforço de tentar sair do local, não conseguiu por conta dos ferimentos severos que sofreu. Ele foi encontrado pelo dono no dia seguinte e, ao ver o estado de saúde do animal, resolveu deixá-lo no buraco para morrer. Não prestou socorro, não deu comida e muito menos ofereceu água. O cão ficou nesse estado por cinco dias até que foi encontrado pela filha do dono, que finalmente o resgatou. Sem condições de cuidar do animal, ela o levou ao abrigo, onde está há três meses em tratamento. Depois dos primeiros socorros e do cuidado dos ferimentos, agora ele está em fase de readaptação de postura após a fratura na medula. Negão faz sessões de acupuntura semanalmente e fisioterapia. Ainda não está 100%, mas tem respondido bem ao tratamento. Já fica em pé e está com a estrutura muscular cada vez mais forte. Logo vai receber uma estrutura de rodinhas para auxiliá-lo a se locomover mais facilmente e será colocado para adoção.
Nome: Bombinha
Idade: Indefinida
Esperando um dono há: 9 meses
Personalidade: dócil, quieto e extremamente amoroso.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
o gatinho rajado foi encontrado jogado em uma lata de lixo. Ele chegou às mãos dos voluntários do abrigo com o rabo e uma das patas traseiras bem machucados. Alguém amarrou bombinhas nessas regiões e explodiu. Depois, jogou o felino no lixo. Ninguém viu, ninguém sabe quem foi ou como exatamente aconteceu a violência. Ele foi encontrado lá quase morrendo. O bichinho ficou um mês internado tomando remédios e para que pudesse ser acompanhada a cicatrização das feridas. Apesar dos esforços, não conseguiram salvar por completo os membros feridos. Hoje, o Bombinha tem o rabo e uma perna amputados. Mas vive bem, independente e é completamente saudável.
Onde comem dois, comem três
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
Primeiro foi um gato. Depois, dois, três. Quando Fabiana Amorim viu, sua casa já estava cheia de animais que tinha resgatado na rua. O espaço ficou pequeno para ela e os novos companheiros. Por isso, a programadora de site acabou transferindo os animais para uma chácara da família, perto de Valparaíso. Construiu um gatil e, como tinha um local maior, foi adotando mais e mais felinos.
Foi assim, sem muito planejamento, que abriu o SOS 4 Patinhas, em 2002. Com o tempo, acabou se mobilizando para receber cachorros também e hoje hospeda 318 animais no espaço.
"É um amor inexplicável que eu sinto por esses bichinhos. Não consigo escutar uma história de abandono e maus-tratos. Me dou por inteira e não espero nada em troca."
Apesar de contar com um local espaçoso para receber os cães abandonados, Fabiana começou a ter dificuldades para arcar com as despesas. Atualmente, consegue doação para apenas 50% dos custos mensais. O resto tem que tirar do orçamento para dar conta de pagar ração, salário dos funcionários, remédios e consultas nas clínicas veterinárias — que já dão um desconto considerável. Para aumentar o número de gente disposta a ajudar, Fabiana resolveu inserir o abrigo nas redes sociais. Tem Facebook e Twitter. Assim, pode requisitar doações mais imediatas, divulgar ações para arrecadação de dinheiro, pedir ajuda em algum resgate mais difícil, receber denúncias e divulgar os animais que estão à disposição para adoção.
Essa aproximação com o público que compartilha a causa em defesa dos animais deu mais gás e vontade de continuar na luta. "A comunidade ficou maior, a batalha menos solitária. É bom ver que, para cada pessoa que maltrata animais, existem muitas outras que estão dispostas a ajudar e lutar por eles." Fabiana aproveita o espaço também para ajudar a espalhar o conceitos da posse responsável, disseminar a ideia de castração como maneira de controle populacional e ajudar a encaminhar os problemas para os órgãos responsáveis para tal. É um novo jeito de mobilizar quem é apaixonado pela causa.
Nome: Nina
Idade: 3 anos
Esperando um dono há: 9 meses
Personalidade: alerta, fiel e companheira.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
a cadelinha Nina vivia abandonada na rua. Acabou achando acolhimento em um ponto de drogas em Ceilândia. Vivia sozinha entre traficantes e viciados. Apesar do local inóspito e perigoso, foi ali que encontrou companhia para a sua solitária vida. Era lá que, eventualmente, recebia um carinho ou uma comida. Assim ficou por muito tempo: sendo o cachorro do ponto de drogas. Mas a cachorrinha pegou tumor venéreo transmissível (TVT), uma doença cruel que passa sexualmente e assola a maioria das cadelas de rua. O mal já estava em estado avançadíssimo quando, para piorar, ela ficou grávida. Moradores da região a resgataram e a levaram ao abrigo. Nina estava tão fraca que acabou abortando naturalmente os filhotes. Teve que tomar remédio e fazer quimioterapia. Além de se recuperar do trauma de ter perdidos os filhotes, agora, está curada, sem sequelas, feliz e à espera de um lar.
Nome: Sem nomes
Idade: variada
Esperando um dono há: 2 meses
Personalidade: para todos os gostos.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
nove gatos foram abandonados de uma única vez no abrigo SOS 4 Patinhas. A dona das criaturas vivia com todos os animais dentro de uma apertada quitenete. Ela foi tirando, um por um, das ruas. Apesar de bem-tratados, eles viviam em um local bem pequeno, não tinham espaço para correr e brincar. Além disso, ficavam longos períodos sozinhos. Estavam irritadiços, nervosos e solitários. Mas tudo mudou quando a dona foi despejada do local em que morava. Sem ter para onde ir, ela teve que colocá-los para adoção. Chegaram ao abrigo sem nenhum problema de saúde ou desvio de comportamento. Um gatil foi separado para deixá-los juntos, pois já estavam acostumados a dividirem o mesmo espaço. Além disso, são muito apegados uns aos outros. Por isso, o ideal é que sejam adotados todos juntos. Estão precisando de um local espaçoso, um dono que ame gatos e que possa lhes dar atenção.
Nome: Xerife Júnior
Idade: 8 anos
Esperando um dono há: 6 anos
Personalidade: esperto, ágil e inteligente.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
um dos animais mais antigos do gatil da SOS 4 Patinhas, chegou há seis anos com feridas por toda a pele. Mas sempre chamou atenção por conta dos olhos azuis lindos e arregalados. Os machucados foram investigados e descobriram que ele tinha câncer de pele. Depois de longos meses de tratamento e quimioterapia, se curou. Mas, por conta das complicações do tumor, teve que ter as orelhas amputadas. Hoje, não tem nenhum problema de saúde ou físico. Essa é uma sequela comum nos animais com essa doença. Só nesse gatil existem outros 10 gatos que passaram pelo mesmo procedimento. Mas ninguém nunca os adotam. Eles ficam lá, sem lar, até morrerem de velhice.
Nome: Damires e Bidu
Idades: 3 anos e 6 anos, respectivamente
Esperando um dono há: 1 ano e 2 anos
Personalidade: amigos, tranquilos e companheiros.
Foto: Breno Fortes/CB-DA Press.
História:
a dupla de cães foi encontrada em situações muito parecidas. Eram animais de rua em cidades do DF, viviam sozinhos, abandonados, mendigando por atenção e um prato de comida. Damires foi entregue ao abrigo com sarna, precisando de cuidados específicos. Já Bidu foi atingindo por um objeto no olho — provavelmente alguma agressão física. Ele foi recebido no local após passar por algumas cirurgias para tentar reverter o quadro. Apesar dos esforços, perdeu a visão. O cão chegou um ano antes da cadela. Mas o destino os uniu dentro dos canis do SOS 4 Patinhas. Assim que se perceberam entre os outros 98 cachorros que vivem no local, viraram amigos. Hoje, fazem tudo juntos. Comem, exploram o jardim, dormem, brincam. Sempre Damires na frente e Bidu a seguindo logo atrás. Eles podem até serem adotados separadamente, mas o ideal é que permaneçam juntos, fazendo companhia um ao outro.
Contatos:
www.shb.org.br
www.augustoabrigo.blogspot.com.br
www.sos4patinhas.com.br
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