Cães labradores são filhos do maior cão farejador da história da PM do RJ.
Segundo treinador, Cléo e Chefe herdaram o potencial de faro do pai.
Do G1 Rio Janaína Carvalho
O Rio deve contar com duas “armas” valorosas contra possíveis atentados a bomba e terroristas durante as Olimpíadas de 2016. Os labradores Cléo e Chefe são duas grandes apostas da Polícia Militar para o evento na cidade.
Cleo e Chefe recebem treinamento diário na sede do BAC (Foto: Janaína Carvalho/G1).
Acreditando na herança genética do pai, o famoso labrador Boss, maior farejador de drogas do Batalhão de Ações com Cães (BAC) da PM, a dupla está sendo treinada desde o nascimento para localizar explosivos.
“Esses filhotes dele herdaram o potencial de faro do pai muito bom e conseguimos canalizar isso para o faro de explosivos, que exige um cuidado ainda maior. O cão precisa ter o ímpeto para fazer buscas, mas também tem que ter um equilíbrio muito grande, coisa que é muito difícil de encontrar em alguns exemplares. Nesses dois a gente conseguiu”,
garantiu capitão Luís Otávio Poeys, chefe da sessão de Operações do BAC.
De acordo com o sargento Paulo Roberto Michel, um dos treinadores dos cães do BAC, os animais são treinados para farejar o explosivo e depois ganham uma bolinha como uma espécie de “recompensa” pelo objeto encontrado. No entanto, numa situação real, onde de fato há a iminência de um artefato ser detonado, o cão é retirado do local com sutileza para só então receber a bolinha.
“O cão precisa estar feliz, trabalhamos sempre com muita alegria para o trabalho funcionar bem e render”, explica Michel.
Filhos de Kate Mahoney e Boss
Os cães, que nasceram há um ano e 10 meses, são da labradora mineira Kate Mahoney, que venceu um concurso no programa Caldeirão do Huck que escolheu uma mãe para os filhos de Boss. Dos oito filhos do casal, três estão sendo treinados no BAC, dois para farejar explosivos e um para farejar armas e drogas como o pai.
Cleo tem um ano e meio de idade (Foto: Janaína Carvalho/G1)
“A gente consegue identificar um filhote no momento da amamentação quando ele disputa com os irmãos e demonstra um interesse maior em pegar as mamas da parte abdominal, que são as mamas mais cheias. Tem filhotes que desistem e vai ficam com a mama da parte de cima, do tórax. É aí que a gente já começa a identificar”, afirma Poeys.
De acordo com a equipe de treinadores, além da dupla, outros quatro cães estão aptos para atuar nas Olimpíadas e necessitam apenas de certificação. “Para eles efetivamente trabalharem, precisamos de uma certificação, que a gente não emite, que normalmente é expedida por um órgão internacional que habilita um cão policial a fazer buscas por explosivos”, ressalta.
Por enquanto, Chefe e Cléo têm ido para a rua só para realizar treinamentos.
“Temos que mostrar para eles os futuros ambientes que eles vão buscar: hotéis, teatros, cinemas, embaixadas, aeroporto, avião, embarcação. Então, faz parte do treinamento apresentar esses ambientes para eles para que em uma missão real eles não sejam surpreendidos por um ambiente que nunca tenham passado. Até agora eles estão se saindo muito bem e não têm decepcionado em nada”, afirmou Poeys.
Os animais ainda não completaram dois anos e, segundo Michel, ambos têm pelo menos seis anos pela frente de trabalho na Polícia Militar.
“O tempo de trabalho depende muito do animal. O certo é até oito anos de idade, mas se ele chegou a oito anos e ainda tem aptidão e está bem de saúde, nada impede que ele continue”, destacou o sargento.
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